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Djibouti: guia rápido

Introdução:

A região do Djibouti é a localização provável daquilo que para os Egípcios era conhecido como Terra de Punt, com quem tiveram relações oscilantes ao longo dos tempos. Outros reinos aqui floresceram, como os Macrobianos (assim chamados pela sua longevidade), até que as tribos somalis iniciaram a sua expansão a oeste no séc. IX (Reino de Adal). O contacto com a península arábica levou a uma inevitável adopção do Islão como religião predominante, e mais para a frente na história foram aqui estabelecidos vários sultanatos até ao Império Otomano tomar conta da região no séc. XVI.

O desgaste do poder Otomano alguns séculos depois fez crescer um sentimento de insatisfação na população. O seu recuo chamou a atenção de França, que viu aqui a oportunidade de estabelecer alguma influência na região do corno de África. Foram então assinados tratados com representantes locais para a aquisição de terras por parte dos franceses. A abertura do Canal de Suez em 1869 exacerbou ainda mais a importância desta região. À medida que a influência francesa aumentou, o território do Djibouti tornou-se um protectorado com o nome de "Somalilândia Francesa".

Algumas décadas mais tarde, o Djibouti tornou-se finalmente independente (1977), após vários confrontos internos e referendos. A soberania esteve longe de resolver os problemas todos, e a luta pelo poder por parte de facções rivais levou a uma guerra civil de 1991-1994. Os confrontos atenuaram mas mantiveram-se até 1998, houve eleições em 1999, mas só em 2001 se assinou um acordo de paz final. O presidente em exercício actualmente continua a ser o que foi eleito em 1999, sendo um dos presidentes mundiais com mais tempo em exercício nos dias de hoje.

Geografia:

O Djibouti é uma pequena nação do corno de África, situada entre a Eritreia, a Etiópia e a região soberana da Somalilândia (reconhecida internacionalmente como pertencente à Somália).

É um dos países mais áridos do mundo, onde a agricultura é quase impossível, e marca o início do Vale do Rifte, uma formação geológica que começa no Golfo de Tadjoura e se prolonga para Sul, até ao Quénia e Tanzânia.

A paisagem é irregular, e a maioria do território é desértico. Aqui podemos encontrar a segunda maior depressão do planeta, o Lago Assal (157m abaixo do nível do mar), e paisagens surreais como o Lago Abbé - algo a não falhar numa visita ao Djibouti.

A costa, no entanto, é banhada pelo Mar Vermelho. Isto significa que podemos encontrar praias e snorkeling de qualidade semelhante a locais como Hurghada ou Sharm El-Sheikh, mas sem as enchentes de turistas.

Informação básica:

  • Capital: Cidade do Djibouti
  • População: ~900000. (estimativa de 2020)
  • Língua: Somali, Afar (francês largamente compreendido, inglês falado em alguns restaurantes, hotéis, e entre população mais jovem)
  • Religião: 94% Islão; 6% Cristianismo
  • Moeda: Franco djiboutiano (DJF). O valor do DJF está ligado ao do dólar americano. Em junho de 2022:
    • 1 USD = 178 DJF (não varia)
    • 1 EUR = 185 DJF
  • Tomadas:
    • Tipo C e E (ambas compatíveis com tomada portuguesa / Europa continental)

Melhor altura para visitar:

Sendo uma das regiões mais quentes do planeta, a primavera, o verão e o outono são de evitar. De dezembro a fevereiro as temperaturas são mais amenas, o que torna estes meses na altura perfeita para uma visita. Por sorte, é nesta altura também a época em que é possível ver tubarões-baleia, uma das principais atrações do país.

Vistos (simplificado)

Cidadãos com passaporte de Singapura têm direito a obter um visto à chegada. Todas as outras nacionalidades necessitam de pedir antecipadamente um visto online, que pode ser obtido aqui. O período de espera deve rondar as 72h.

Dinheiro:

Há poucas caixas automáticas de levantamento na Cidade do Djibouti. Dólares americanos são aceites em alguns estabelecimentos, como restaurantes e hotéis. Não deve haver problema com câmbio de dinheiro na rua.

O país ainda funciona à base de dinheiro físico, de modo que a utilidade de cartões é marginal e por isso levámos dólares americanos e euros connosco. No entanto, restaurantes de nível médio/elevado provalvelmente terão terminal de cartões. Usámos Revolut sempre que possível e funcionou.

De notar que este é dos países mais caros de África. A presença de militares estrangeiros e a ligação da moeda local ao dólar americano provavelmente serão em parte responsáveis por isso. Uma refeição regular num restaurante médio pode custar 20-25€/pessoa e a maioria dos hotéis cobra acima de 120€/noite (125$) por um quarto duplo.

Cartões SIM:

A escolha não abunda, visto que a Djibouti Telecom (empresa pública) detém o monopólio do acesso à internet no país. Não é ainda possível comprar cartões SIM no aeroporto, sendo a loja da Djibouti Telecom no Bawadi Mall o melhor local para os adquirir.

O acesso à Wi-Fi em restaurantes e hotéis é muitas vezes irregular e lento, mas para a nossa rotina foi mais que suficiente (mensagens/redes sociais).

O que vestir:

Este é não só um país maioritariamente muçulmano, mas que também não está habituado a receber turistas. Aconselha-se portanto vestuário discreto.

Sexo feminino: não são aconselháveis saias ou calções, e os ombros também devem estar cobertos. Há praias especificas onde se pode usar bikini ou fato de banho (ex.: Praia de Arta ou de Douda). Não é necessário cobrir a cabeça, excepto em edifícios religiosos.

Sexo masculino: calções não atraem atenções na rua, mas não se devem usar dentro de edifícios religiosos.

Segurança:

O Djibouti não é um país globalmente inseguro. A maior ameaça a turistas são indução de situações de suborno por parte da polícia e outros esquemas menores. Pequenos roubos por carteiristas são possíveis de acontecer, na nossa opinião. Crime violento e ataques terroristas são muito improváveis.

Deve-se ter cuidado com máquinas fotográficas na capital: o seu uso ou a simples posse leva normalmente a problemas com a polícia, como explicamos aqui.

Gorjetas:

São regra no Djibouti, sendo que uma gorjeta de 10% deve ser adicionada a qualquer serviço (empregados de restaurante, p.ex.). A mesma regra aplica-se aos guias turísticos.

Alojamento:

Caro, como tudo neste país. Conseguimos um hotel por 75€ (78$) mas a maioria cobra perto do dobro, ou mais. Ficámos no Auberge Boulaos.

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