Nota prévia: recomendamos totalmente a aquisição prévia de um Jordan Pass. O preço do passe inclui taxas relacionadas com o visto (para estadias superiores a 4 dias), download de brochuras e entrada em mais de 40 locais históricos na Jordânia. Dependendo do tipo de passe escolhido, o número de dias permitido em Petra varia. Nós escolhemos o Jordan Explorer Pass, que permite entrada em Petra durante 2 dias.
- Com Jordan Pass:
- Jordan Wanderer (87€ / 99$): inclui um dia em Petra
- Jordan Explorer (94€ / 106$): inclui 2 dias consecutivos em Petra
- Jordan Expert (100€ / 113$): inclui 3 dias consecutivos em Petra
- Sem Jordan Pass:
- Um dia: 62€ / 70$
- Dois dias: 69€ / 78$
- Três dias: 75€ / 85$
Introdução
A antiga capital Nabateia de Petra é provavelmente o que mais turistas leva à Jordânia. Esta cidade metade esculpida, metade construída, encontrava-se estrategicamente posicionada entre poderosas civilizações, e assim floresceu enquanto centro de trocas comerciais.
Foi capital do Reino Nabateu a partir do século VI AC e foi bem sucedida durante centenas de anos, até que foi incorporada no Império Romano no século II DC. Os romanos continuaram a construção de infra-estruturas, adicionando o seu cunho pessoal aos edifícios enquanto simultaneamente expandiam a cidade.
No ano 663, um terramoto destruiu irremediavelmente as suas intra-estruturas e sistema de irrigação, cessando abruptamente a sua glória. A cidade ainda sobreviveu até à conquista do Médio Oriente por Saladin, mas depois acabou por ser abandonada.
Esquecida durante séculos no mundo ocidental, a cidade reapareceu nos jornais após a sua redescoberta pelo suíço Johann Ludwig Burckhardt em 1812, e por volta dos inícios do séc. XX era já a maior atração turística da Jordânia.
O complexo é enorme e, pessoalmente, consideramos serem necessários dois dias para uma visita minimamente completa. No entanto, num dia apenas é possível ver as duas jóias da coroa: Al-Khazneh (The Treasury - O Tesouro) e Ad Deir (The Monastery - O Mosteiro). A sugestão de visita que apresentamos é parecida à do livro Lonely Planet - Jordânia.
Dia 1: da bilheteira até Ad Deir (O Mosteiro)
Este será um dia longo, mas permite cobrir a maioria de Petra. Aconselhamos uma chegada ao recinto o mais cedo possível, de modo a fotografar o Siq (canyon) e Al-Khazneh (O Tesouro) sem outros turistas. Outra vantagem de chegar cedo é fotografar o Tesouro antes da luz solar embater na fachada - a cor rosa da rocha sobressai nestas condições.
A primeira atração que cruzamos após a bilheteira são os blocos de Djinn. São estruturas esculpidas cujo significado ainda não é bem percebido, mas pensa-se que terão algum significado fúnebre. Uma pequena paragem aqui é merecida, antes de nos embrenharmos no Siq.
O Siq é um canyon de 1,5km que serve como porta de entrada em Petra. Aqui é possível observar o sistema de irrigação desenvolvido pelos Nabateus há mais de dois mil anos. A água era conduzida até à cidade pelos canais esculpidos nas paredes do Siq, e o fluxo era controlado por uma barragem a montante, que simultaneamente continha as águas provenientes de Wadi Musa, prevenindo cheias em Petra.
Os metros finais do Siq revelam o majestoso Tesouro (Al-Khazneh), provavelmente a estrutura mais majestosa em Petra. O seu nome deriva da lenda em que um faraó egípcio que perseguia Moisés terá aqui escondido os seus pertences, após o encerramento do Mar Vermelho. O Tesouro serviu de túmulo provavelmente ao rei nabateu Aretas IV.
Assim que se chega à pequena praça antes do Tesouro, alguns guias tentam vender-se para levar turistas à melhor vista sobre o Tesouro. Na verdade não é o melhor ponto, portanto é melhor resistir por enquanto e deixar o miradouro para o dia seguinte. Em vez disso, sigamos para a Street of Facades (Rua das Fachadas), onde é possível entrar em alguns túmulos, até se vislumbrar o Anfiteatro.
Aqui, há um caminho à esquerda (a laranja no mapa) que leva ao High Place of Sacrifice (Alto Lugar de Sacrifício, à letra). O trilho leva-nos até ao topo da montanha. Chegando ao cimo, pode-se ver um obelisco à esquerda, enquanto o caminho segue para a direita. De notar que o obelisco não foi erigido mas sim esculpido, como muitos outros elementos de Petra.
Continuando pela direita, encontra-se o High Place of Sacrifice. É constituído por um triclínio (três bancos esculpidos em forma de U) em redor de uma pedra mais elevada para a realização de sacrifícios. Também é possível aqui observar os altares e os canais para drenagem do sangue derramado.
Dica: continuando mais à frente, encontra-se uma pequena tenda que serve chá, café e sumos perto de um precipício. Daqui, pode-se tirar uma boa foto aos Royal Tombs (Túmulos Reais) - ver foto em baixo.
Agora, voltemos para trás até ao obelisco. Em vez de regressar pelo mesmo caminho (agora à esquerda), continuemos pela direita. Este trilho leva-nos a Wadi Farasa, onde podemos encontrar uma fonte num corpo esculpido de leão e mais túmulos nabateus.
O Wadi Farasa eventualmente conduzir-nos-á até à rua principal de Petra, perto do Qasr Al-Bint. Há restaurantes nesta zona e poder-se-á almoçar antes de ir ao Mosteiro (preços dos restaurantes são obviamente exagerados). É possível sentar na esplanada do restaurante "The Basin" a almoçar, mesmo que seja um snack trazido de fora do recinto.
Após o almoço, é altura de iniciar a subida ao Ad Deir (O Mosteiro). O trilho é inicialmente plano mas quando começa a subir, não dá descanso até à chegada. Idealmente, o melhor é chegar ao Mosteiro a meio da tarde, quando os raios solares estão de frente para a sua fachada.
Dia 2: Em redor da rua colunada
Este dia terá menos distância percorrida. Começa-se, tal como no dia anterior, pelo Siq, passando depois o Tesouro para a Rua das Fachadas. Desta vez, continuamos em frente para visitar o Anfiteatro. Mais uma vez, apesar do seu tamanho e do aspecto tipicamente romano, o Anfiteatro foi feito de acordo com as regras nabateias: esculpido na rocha-mãe e não construído.
Uns metros à frente, voltamos à direita (trilho verde no mapa) para encontrar os Túmulos Reais, mas ainda não os visitamos. Prosseguimos até encontrar uma escadaria. O trilho faz um cotovelo à direita, sobe a montanha, e no fim deste chegamos a uma tenda e ao miradouro sobre o Tesouro (é necessário consumir na tenda para ter acesso à vista).
Como bónus, antes de chegar à tenda somos brindados com uma vista sobre o Anfiteatro:
Após um café (ou chá) enquanto se contempla a vista sobre o Tesouro, voltemos para trás para finalmente visitar os Túmulos Reais, um conjunto de magníficos mausoléus voltados para o centro da antiga cidade.
A partir dos Royal Tombs, podemos descer a Rua Colunada (a principal via da cidade). Em primeiro lugar, deparamo-nos com o Nymphaeum, os destroços de uma fonte pública romana, ao nosso lado direito. Do esquerdo, está o Grande Templo, cobrindo uma área de >7000m2 e cuja função exacta ainda não se compreende.
Logo após o Templo encontramos o Qasr Al-Bint, um dos edifícios mais bem preservados em Petra, cumprindo um propósito religioso. A última paragem do dia será na Igreja, adornada com mosaicos romanos representando vários animais e estações do ano.
E assim concluímos o nosso itinerário, cobrindo todos os principais locais em Petra: o centro da cidade antiga e também o Mosteiro e o Tesouro!
Também é possível reservar uma visita noturna ("Petra by Night"), disponível às 2ª, 4ª e 5ª-feiras. Optámos por achar que não valeria a pena, não só devido ao preço exagerado (17JD, perto de 20€), mas também porque as opiniões que lemos de outros turistas não eram assim tão entusiasmantes.
Se gostaram da leitura e pretendem visitar a Jordânia, poderão estar interessados num guia rápido de Amman: se sim, cliquem aqui!
Outras questões em relação a Petra? Comentem em baixo e responderemos assim que possível!