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Ilha Sul da Nova Zelândia: 10 dias de autocaravana

A Nova Zelândia é habitualmente classificada como um dos países mais bonitos do mundo. Esta nação-arquipélago conta com cerca de 600 ilhas e localiza-se no Oceano Pacífico, exatamente nos antípodas da Europa. No entanto, a maior parte destas ilhas são desertas, já que a larga maioria da população está distribuída entre as Ilhas Norte e Sul. Ambas possuem belezas distintas, mas são as paisagens virgens e selvagens da Ilha Sul que colocam o país bem alto nos melhores destinos do mundo.

A Ilha Sul cobre uma área de 151.215 km², sendo que mais de um milhão de pessoas vivem aqui. É conhecida pelos seus glaciares, fiordes, lagos, montanhas e encostas ondulantes. Grande parte das atrações encontra-se nos Alpes do Sul, que percorrem toda a extensão da ilha e nos oferecem localizações fantásticas para caminhadas e desportos de neve.

Aqui encontramos um refúgio para amantes de natureza, com seus parques nacionais, glaciares e maravilhas naturais como Milford Sound. Para os mais aventureiros existe uma plenitude de atividades ao ar livre também. A gastronomia é próspera e acompanhada com vinhos de qualidade elevada. Já os fãs de História gostarão certamente de explorar a cultura Maori e o património colonial da região.

É árduo criar um itinerário de apenas 10 dias de raiz, já que o número de atrações é colossal. Fizemos no entanto o nosso melhor para aproveitar cada dia, tentando não tornar a viagem demasiado cansativa. Assim como na Ilha Norte, visitámos tudo do modo mais popular: numa autocaravana e pernoitando quando possível em acampamentos gratuitos. Aplicações como a CamperMate ajudam na pesquisa de camping em todo o país. Podemos inclusivé filtrar locais de acampamento gratuitos ou baratos. Vamos então preparar as malas e viajar pela Ilha Sul da Nova Zelândia!

Pontos de interesse na Ilha Sul da Nova Zelândia

Dia 0: Chegada

Neste dia zero, chegámos a Christchurch vindos da Ilha Norte já perto da hora de jantar. Ficámos num hotel barato perto do aeroporto, já que tínhamos reservado a recolha da autocaravana para bem cedo, no dia seguinte.

Dia 1: Arthur's Pass

Este parque não estava originalmente no plano, mas era necessário atravessá-lo para chegar à costa ocidental, de qualquer forma. Criado em 1929, foi o primeiro parque nacional na Ilha Sul, sendo conhecido pela paisagem alpina, rios transparentes e densas florestas de faia. Também podemos aqui encontrar fauna nativa, incluindo papagaios kea (impossível não avistar pelo menos um) e kiwis, por exemplo.

Ao longo da estrada, 1) visitámos o circuito do "Castle on the Hill" (Castelo na Colina), que nos presenteia com várias formações rochosas peculiares, 2) lanchámos um chá e um bolo numa das confeitarias da aldeia de Arthur's Pass, e 3) fizemos uma caminhada ao longo do Rio Bealey, de onde podemos ver as cataratas "Devil's Punchbowl" e "Bridal Veil". Também parámos em vários miradouros para algumas fotos rápidas e desentorpecer as pernas.

The winding road led us to the western shores of NZ, where we headed south to Hokitika, a small coastal town where we had dinner. Our camping site for tonight was a beach parking lot further south, near Ruatapu.

  • Christchurch -> Arthur’s Pass Village (141km; 1h45)
  • Arthur’s Pass Village -> Ruatapu (111km; 1h22)

Dia 2: Glaciares

2.1. Glaciar Franz Josef

Este segundo dia levou-nos a dois famosos glaciares que se destacam na vertente ocidental dos Alpes do Sul. Esta cordilheira percorre todo o comprimento da ilha e é também a principal divisória entre as costas leste e oeste. Aqui podemos encontrar vários dos picos mais altos da Nova Zelândia, incluindo o Aoraki/Monte Cook (3724m).

O Glaciar Franz Josef é um dos mais acessíveis do mundo e atrai milhares de visitantes todos os anos. Tem cerca de 12 km de comprimento e desce de mais de 3000m para apenas 250m acima do nível do mar. Este rio de gelo é considerado um glaciar temperado, uma vez que flui rapidamente e tem uma acumulação relativamente baixa de neve. Um trilho fácil e curto leva-nos do estacionamento até ao miradouro.

  • Trilho "Franz Josef Glacier": 1,4km (ida e volta)
  • Ruatapu -> Franz Josef / Waiau (126km; 1h38)
O glaciar a espreitar por trás das encostas

2.2. Glaciar Fox

Seguindo para sul, encontraremos o Glaciar Fox, com 13km de comprimento e que desce dos Alpes do Sul até 300 metros acima do nível do mar. É também um glaciar temperado, tal como o Franz Josef. No entanto, o trilho é mais longo e comporta um discreto ganho de altitude.

  • Trilho "Fox Glacier": 6,8km (ida e volta), ganho de altitude 178m
  • Franz Josef / Waiau -> Glaciar Fox (24km; 27min)

Aproveitámos a oportunidade para explorar um pouco mais esta área, já que ainda era cedo. O Lago Matheson encontra-se a pouca distância do Glaciar Fox, o que o tornou uma excelente opção para terminar o dia. Fizemos o circuito em torno do lago, que é considerado de dificuldade fácil. O lago é rodeado por uma densa floresta tropical que salienta a sua beleza natural, tornando-se um destino popular para amantes de natureza e fotógrafos. Se o vento permitir, é possível observar um reflexo incrível dos Alpes do Sul, que pode ser capturado em águas calmas (não tivemos essa sorte, infelizmente).

  • Trilho "Lake Matheson Circuit": 4,3km / 1h15

Uma vez mais desbravámos caminho a sul à procura de um novo acampamento gratuito. Encontrámos o que procurávamos perto de um viveiro de salmões que também funciona como restaurante, em Paringa (South Westland Salmon Farm).

  • Glaciar Fox -> Paringa (66km; 49min)

Dia 3: Haast Pass

Esta é uma passagem de montanha que atravessa os Alpes do Sul e um destino de turismo popular para locais, conhecido pela sua beleza natural e atividades ao ar livre. Algumas das maiores atrações incluem:

  • Rio Haast: uma corrente de água cristalina que atravessa a Haast Pass e é rodeada por flora tropical exuberante, picos imponentes e cataratas;
  • Vida selvagem: aqui é possível avistar espécies únicas e ameaçadas, incluindo o Kiwi, o papagaio Kea e o lobo-marinho da Nova Zelândia;
  • Caminhadas: uma vasto leque de circuitos através de florestas tropicais e prados alpinos;
  • Cascatas: um número razoável de quedas de água é facilmente acessível a partir da estrada.

Vale a pena parar em algumas cataratas, como as "Depot Creek", "Roaring Billy", "Thunder Creek" e "Fantail" (todas bastante próximas da estrada principal, o que permite paragens rápidas). Também fizemos os trilhos do miradouro de Haast Pass e das Blue Pools.

  • Trilho "Haast Pass Viewpoint": 1,4km / -40min / ganho de altitude 107m
  • Trilho "Blue Pools": 3,2km / 1h

A passagem de montanha termina perto da ponta norte do Lago Wanaka e a estrada conduz-nos pelo lado leste do lago. Depois de uma pequena língua de terra, chegamos ao impressionante Lago Hawea, com as suas montanhas circundantes. Há espaço para estacionamento do lado esquerdo da estrada, logo antes desta descer para o lago. Parámos aqui um pouco para fotos.

Lago Hawea

Finalmente chegámos à pitoresca cidade de Wanaka, onde pernoitámos por uma noite.

  • Paringa -> Wanaka (196km; 2h35)

Dia 4: Wanaka

Uma pequena cidade localizada na região de Otago da Ilha Sul da Nova Zelândia, Wanaka é conhecida pela beleza natural e espetaculares trilhos de montanha. O Lago Wanaka, alimentado por glaciares, é a peça central deste puzzle, dando o toque final a vistas panorâmicas incríveis e proporcionando uma variedade de atividades aquáticas.

Wanaka também é conhecida pela componente cultural, com uma série de galerias e eventos decorrendo ao longo do ano. Os bons restaurantes abundam, tornando muito difícil a escolha de um. A região também possui uma vasta exploração viníciola, não se devendo deixar a cidade sem experimentar alguns dos melhores vinhos da Nova Zelândia.

A árvore de Wanaka ("Wanaka Tree", também conhecida como "That Wanaka Tree") é um salgueiro solitário localizado nas águas rasas do lago. Tornou-se um dos marcos mais fotografados e reconhecidos do país e uma atração turística popular. A icónica composição da árvore com as montanhas cobertas de neve na retaguarda é uma fotografia de captura obrigatória na Nova Zelândia.

A árvore de Wanaka

Roy's Peak é uma das caminhadas mais famosas do país, mas infelizmente encontrámo-la fechada devido à época de criação de cordeiros. Encontrámos todavia uma excelente alternativa, e de dificuldade mais acessível: o trilho Rocky Mountain. É menos popular que o Roy's Peak, mas as vistas para o Lago Wanaka e montanhas em redor são igualmente impressionantes.

  • Trilho "Rocky Mountain": 7,1km / ~3h / ganho de altitude 490m
  • Trilho "Roy's Peak": 16,3km / 7h30 / ganho de altitude 1305m
Topo da Rocky Mountain

Mais tarde, conduzimos para Glenorchy e encontrámos perto desta cidade um camping gratuito onde ficámos.

  • Wanaka -> Glenorchy (115km; 1h54)

Dia 5: Glenorchy e Queenstown

5.1. Glenorchy

Glenorchy é do mais isolado que podemos encontrar na NZ. É uma pequena povoação quase completamente enclausurada por montanhas e considerada um dos destinos mais crus e intocados do país. Apenas 300 pessoas vivem nesta cidade histórica da Nova Zelândia, localizada no final da estrada que sai da turística Queenstown e que percorre a margem norte do Lago Wakatipu.

O centro encontra-se bem cuidado, e a maioria dos edifícios ainda preserva a sua estrutura de madeira e características arquitectónicas. Há vários trilhos mas nós fizemos apenas a "Lagoon Scenic Walkway", já que o tempo não abundava. A caminhada é plana e muito fácil, começa na margem do Rio Dart e atravessa pequenas lagoas.

  • Trilho "Lagoon Scenic Walkway": 3,1km / 40min

Mais a norte, podemos encontrar paisagens familiares do cinema e da TV. Sim!, esta região apareceu em filmes como o Senhor dos Anéis e Narnia. A localização real do vale de Isengard e da floresta de Lothlorien, por exemplo, são próximas e a apenas uma curta viagem de carro de Glenorchy.

  • Glenorchy -> Queenstown (46km; 42min)

5.2. Queenstown

Queenstown é a capital dos desportos radicais na Nova Zelândia. Conhecida pela beleza natural e atividades ao ar livre, é tida como uma das cidades com melhor enquadramento natural do mundo. Também é reconhecida pela gastronomia, apresentando uma variedade de cozinhas locais e internacionais, cervejarias artesanais e vinhos da região.

Passeio em Queenstown

A cidade em si tem um centro bastante agradável e um bonito jardim na margem do Lago Wakatipu. Um teleférico (muito caro) sobe a colina logo atrás da cidade e permite ótimas vistas sobre o lago e montanhas. Também é possível fazer passeios de barco ou lancha pelo lago, que se podem comprar diretamente no cais. Apesar de ser um local muito turístico, a maioria dos lugares normalmente recomendados para visitar são, na verdade, outras vilas, como Glenorchy, Wanaka e Arrowtown (outra cidade histórica, semelhante a Glenorchy).

Daqui continuámos para Milford Sound e dormimos num campismo pago na berma da estrada 94. Apesar das opções serem várias, são todas propriedade do governo ou de particulares, e portanto pagas.

  • Queenstown -> parque campismo (245km; 2h47)

Dia 6: Fiordland

6.1. Milford Sound

Depois de mais alguns quilómetros, alcançamos um dos destaques desta viagem. Os fiordes da Nova Zelândia são em grande parte inacessíveis por estrada, sendo Milford Sound a exceção que confirma a regra. É considerada uma das maravilhas naturais mais impressionantes do planeta: uma língua de mar cercada por picos imponentes, alguns dos quais se elevam a mais de 1200m. À entrada do fiorde encontramos o inconfundível Mitre Peak, um dos locais mais fotografados aqui.

O fiorde também acolhe diversa vida selvagem, incluindo focas, pinguins e golfinhos, que frequentemente pode ser vista na água ou a relaxar nas rochas. Esta área é cercada por uma densa floresta tropical que dá casa a uma grande variedade de espécies de aves. Infelizmente, não conseguimos ver pinguins ou golfinhos aqui.

É possível (e obrigatório?) fazer um passeio de barco para contemplar toda a beleza de Milford Sound, incluindo as suas impressionantes quedas de água. Caminhadas e caiaque são outras atividades populares na região, existindo trilhos de um ou vários dias que percorrem a floresta tropical ou a costa dos fiordes.

  • Cruzeiro standard em Milford Sound: 60-80NZD / 2h

6.2. Trilho "Lake Marian"

Na volta para Te Anau, fizemos uma das melhores caminhadas do Parque Nacional. O segmento inicial do trilho contém algumas pequenas cascatas, mas a partir daí vemos apenas floresta. Vale a pena continuar porque no final deparamo-nos com um lago alpino num enquadramento simplesmente deslumbrante. O trajeto é considerado moderado/difícil, com algumas partes rochosas íngremes, mas é fazível no geral.

  • Trilho "Lake Marian": 6,2km / 3h / ganho de altitude 412m
Lago Marian: algo a não perder no Parque Nacional dos Fiordes

Encerramos o dia a jantar na cidade de Te Anau, considerada a entrada para os fiordes. Não encontrámos opções de acampamento grátis perto, portanto preferimos pagar novamente por um sítio para ficar.

  • Milford Sound -> Te Anau (118km; 1h45)

Dia 7: De oeste para este

7.1. Te Anau

Começámos o dia cedo, com uma rápida visita à pequena cidade de Te Anau. O santuário de aves é um local de gestão pública que não cobra bilhete por visitas, mas onde os donativos são essenciais para o manter em funcionamento. Aqui encontramos espécies raras de ave em reabilitação, com o objetivo de serem libertadas na natureza. A espécie mais emblemática que podemos observar é o Takahe, uma ave que não voa e cuja existência está gravemente ameaçada. A sua população total é atualmente estimada em cerca de 400-500 indivíduos.

Caso não considerem visitar a Ilha Norte, têm aqui uma oportunidade de visitar uma caverna de "glowworms" (pirilampos). Estas grutas são um fenómeno natural fascinante onde observamos milhares de pirilampos endémicos da NZ. Embora a mais famosa seja em Waitomo (Ilha Norte), há umas cinco que podemos visitar na Nova Zelândia.

A partir de Te Anau, fizemos um dos trechos mais cansativos da viagem para a costa este da NZ.

  • Te Anau -> Nugget Point (236km; 2h50)

7.2. Nugget Point

Nugget Point é um cabo localizado na costa sudeste da Ilha Sul. O seu nome deriva de uma série de formações rochosas recortadas que surgem da água e se assemelham a pepitas de ouro.

Uma das principais atrações é o farol, que tem conduzindo as embarcações com segurança ao longo desta costa por mais de um século. Podemos fazer uma curta caminhada até ao farol e desfrutar de vistas panorâmicas da costa circundante. Além da beleza intrínseca ao local, Nugget Point é também um local onde podemos observar vida selvagem. Avistámos aqui: focas, leões-marinhos, pinguins e várias espécies de aves.

Roaring Beach é uma praia com penhascos imponentes e rochas irregulares. O som das ondas quando batem nas rochas providenciou-lhe este nome sugestivo. É aqui que temos a oportunidade de ver uma pequena colónia do raro pinguim-de-olhos-amarelos, uma espécie de compleição média que é nativa da Nova Zelândia e ilhas desertas circundantes. Como o nome sugere, caracterizam-se por distintos anéis amarelos ao redor de seus olhos. Têm íris amarelas, uma faixa branca em torno das cabeças e uma face, pescoço e dorso pretos.

Tivemos bastante sorte em ver esta espécie, visto que eles voltam do mar pelo meio/fim da tarde. Não é raro ter que esperar 30-60 minutos para apanhar um, mas vale bem o tempo gasto.

Tendo colocado um "visto" em várias espécies diferentes, partimos em direção a Dunedin, mais a norte.

  • Nugget Point -> Dunedin (110km; 1h34)

Dia 8: Costa este (continuação)

8.1. Dunedin

Dunedin situa-se no sudeste da Ilha Sul, sendo conhecida pela arquitetura vitoriana e eduardiana e também pela seus pergaminhos como centro de comércio e educação. Aqui fica a Universidade de Otago, a mais antiga e uma das mais prestigiadas universidades do país.

No coração da cidade damos de caras com o Museu de Dunedin. Apresenta-nos uma visão aprofundada da história e cultura da região, desde sua herança Maori, atravessando o passado colonial até à sociedade moderna. O museu também exibe a património arquitetónico da cidade e o mais recente art-deco.

A histórica estação ferroviária é um dos marcos culturais e patrimoniais mais importantes da metrópole. Foi erigida em 1906, ainda está em uso hoje em dia e apresenta-se-nos através de uma grande fachada com uma torre de relógio e detalhes intrincados. O interior é igualmente impressionante, com belíssimos vitrais e pisos em mármore. Está em processo de restauro e atualmente serve também de centro de informações turísticas.

  • Museu de Dunedin e estação ferroviária: entrada livre
Estação ferroviária de Dunedin

Depois de uma curta caminhada pelo centro e uma visita a estes dois locais mencionados, prosseguimos ainda mais para norte onde a praia Moeraki nos aguardava.

  • Dunedin -> Moeraki (76km; 59min)

8.2. Praia Moeraki

Mais uma praia normal na Nova Zelândia, correto? Não exatamente. Em Moeraki observamos uma formação geológica muito especial e rara, que é comummente conhecida como "As Pedras de Moeraki". São rochas esféricas de dimensão considerável, frequentemente descritas como uma das maravilhas naturais mais incomuns da Nova Zelândia.

Pedras de Moeraki

Estima-se que tenham entre 4-5 milhões de anos de idade e são compostas por lama e argila, cimentadas por calcário. São únicas no seu tamanho e forma, tendo passado por um processo de erosão ao longo de milhões de anos. Daqui resultou esta forma esférica suave e quase perfeita! Dispomos de uma plataforma de observação que nos permite uma vista mais próxima na maré alta, mas também é possível caminhar em redor das pedras na maré baixa.

A nossa última paragem do dia foi em Oamaru, uma cidade aqui perto.

  • Praia Moeraki -> Oamaru (37km; 31min)

8.3. Oamaru

Tal como em Dunedin, as ruas desta pequena cidade são pontilhadas com edifícios vitorianos e eduardianos. Muitos destes foram construídos no final do século XIX e início do século XX, um período bastante próspero nesta região. Hoje, a maioria foi restaurada e transformada em lojas ou cafés, por exemplo.

Oamaru também é conhecida como a capital do steampunk na NZ, tendo inclusivé um museu interativo dedicado a este mundo. O prédio tem uma variedade de exposições visualmente impressionantes (algumas perturbadoras), movidas a vapor e mecanismos de relógio.

  • Steampunk HQ’s:
    • Entrada: adultos: 10NZD / <16 anos: 2NZD
    • Horário: 10:00-16:00

Assim que o sol se põe, é hora do nosso último (e mais aguardado) destaque do dia! As falésias de Oamaru abrigam a única colónia de pinguins-azul da ilha e podemos vê-los ao pôr do sol, vindos do mar em direção aos seus ninhos. Podemos assistir a este espetáculo num palco na praia (a maioria dos pinguins sai do mar aqui, mas paga-se bilhete e as fotos estão proibidas) ou simplesmente na rua.

  • Colónia de pinguins-azul:
    • Entrada: adultos: 43NZD / 5-17 anos: 28NZD / 0-4 anos: grátis
    • As horas mudam conforme o horário previsto do pôr do sol

Depois do jantar conduzimos para o interior da ilha até um campismo gratuito perto do Parque Nacional Aoraki / Mt. Cook.

  • Oamaru -> Twizel (145km; 1h45)

Dia 9: Parque Nacional Aoraki / Mt. Cook

Este parque obteve o seu nome da montanha Aoraki / Monte Cook, a mais alta da Nova Zelândia (3724m). O parque engloba aproximadamente 700km2 e é famoso pelas paisagens alpinas, picos imponentes, glaciares e lagos cristalinos.

A estrada que leva ao parque é incrivelmente bonita e acompanha o Lago Pukaki. Parece impossível, mas a verdade é que de alguma forma a paisagem melhora a cada curva, e é impossível não parar para tirar fotos. O miradouro do Lago Pukaki é certamente uma das melhores vistas no percurso. Gostámos tanto que parámos lá duas vezes: de manhã e na volta, para o pôr do sol.

O parque conta com numerosos trilhos pedestres, tanto curtos como de vários dias. Passámos aqui um dia, portanto tentámos arranjar algo razoável em termos de esforço/recompensa. Fizemos três caminhadas: Hooker Valley, Sealy Tarns e miradouro do Tasman Glacier.

9.1. Trilho "Hooker Valley"

O percurso mais afamado do parque. Leva-nos numa caminhada que passa pelo Glaciar Hooker e termina num lago na base do Aoraki/Monte Cook. Está bem mantido, é maioritariamente plano e fácil. Os visitantes podem observar o Glaciar Mueller, o Monte Sefton e o Aoraki/Monte Cook pelo caminho.

  • Trilho "Hooker Valley": 10,8km (ida e volta) / 2h30 / ganho de altitude 203m
Lake Mueller (Hooker Valley Track)

9.2. Trilho "Sealy Tarns"

O trilho Sealy Tarns é muito mais exigente do que o anterior. Começa no estacionamento de Kea Point e sobe imenso (2000 degraus!) até aos Sealy Tarns, uma série de pequenos lagos com vistas deslumbrantes das montanhas em redor. Encontra-se bem mantido, mas pode ser exigente em alguns pontos, pelo que se recomenda a visitantes em boa condição física.

  • Trilho "Sealy Tarns": 5,1km (ida e volta) / 3h / ganho de altitude 542m
Vista a partir dos Sealy Tarns

9.3. Trilho "Tasman Glacier Viewpoint"

A caminhada final do dia foi também a mais curta e fácil: o trilho conduz-nos a um local mais elevado de onde podemos ver este glaciar e o seu lago terminal. O trilho sobe um pouco mas é curto, podendo ser completado em menos de uma hora.

  • Trilho "Tasman Glacier Viewpoint": 1,3km / 30min / ganho de altitude 78m

Depois desta atividade física toda e como previamente descrito, parámos no miradouro do Lago Pukaki na volta também, para ver o pôr do sol. Continuámos depois para o mesmo parque gratuito onde ficámos na véspera.

Pôr do sol com o Monte Cook ao fundo

Dia 10: Lago Tekapo

Último dia na Nova Zelândia! Ficámo-nos pelo lago azul-turquesa de Tekapo e depois voltámos ao ponto de partida, Christchurch.

  • Twizel -> Lago Tekapo (60km; 41min)

Tekapo é um lago com uma cor azul clara, resultado do degelo que para ele flui desde os Alpes do Sul. Esta zona é popular para observação de estrelas devido aos céus escuros e atmosfera sem poluição, e podemos até encontrar um observatório no cume do Monte John, que lhe fica próximo.

Aqui podemos enveredar por atividades como caminhada, bicicleta, esqui e desportos aquáticos. Há mesmo uma enorme oferta de percursos para caminhada e ciclismo. Nós fizemos o trilho do Observatório do Monte John, de onde temos uma ótima vista panorâmica da vila, do lago e dos Alpes do Sul.

  • Trilho "Mount John Observatory": 3km / 1h30 / ganho de altitude 311m
Tekapo a partir do cume do Monte John

Hora de voltar a Christchurch após um almoço rápido em Tekapo. Visto que tínhamos voo um pouco antes do jantar, não conseguimos passar pela cidade. É a maior cidade da Ilha Sul, com museus, jardins e espaços públicos que valeria a pena ver mas infelizmente teremos que deixar para uma próxima oportunidade.

  • Lago Tekapo -> Aeroporto de Christchurch (222km; 2h44)

E assim concluímos! Esperamos que este longo testemunho tenha ajudado de alguma forma. Divertimo-nos imenso nesta ilha, tivemos também muita sorte com o tempo, e antecipamos que também aproveitarão imenso se a visitarem! E já agora, se estiverem a planear uma visita à Ilha Norte, considerem dar uma vista de olhos no nosso itinerário da Ilha Norte também!

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