Introdução:
O Bahrain é um pequeno arquipélago de 33 ilhas, acomodado no Golfo Pérsico, e cuja história se desenrola a partir de 2800 AC. Várias civilizações se apoderaram da ilha e por aqui permaneceram, moldando os padrões culturais ao seu estilo. O povo Dilmun foi dos primeiros de que há registo, povoando não só este conjunto de ilhas como também uma pequena parte Península Arábica, e influenciando em larga escala a identidade do Bahrain atual.
Mais tarde, os Sumérios, Babilónios e Persas acabariam por cá se estabelecer, sobretudo motivados por trocas comerciais. A competição pela posse do arquipélago obrigou à construção de fortalezas, das quais Riffa, Arad e Bahrain merecem uma visita. No séc.XIX o Bahrain tornou-se um protectorado do Reino Unido, assim permanecendo até à sua independência, em 1971.
Tal como os seus vizinhos, o pequeno país exporta petróleo e gás, que desempenham o papel principal na sua economia. No entanto, tem havido um esforço de diversificação com receitas em turismo e banca. Apesar de já não ser uma atividade importante, a indústria das pérolas foi em tempos muito rentável e dinamizou as exportações durante séculos. O "Pearling Path", em Muharraq, mostra esta tradição, é um dos pontos altos do Bahrain e descrevê-lo-emos mais tarde.
Geografia:
Este pequeno país do Golfo confronta a Arábia Saudita a sul e oeste, o Qatar a leste, e o Irão a norte. Engloba uma área total de 780km2 distruibuídos por 33 ilhas, a maior das quais se chama Bahrain. A paisagem é predominantemente árida, com planícies desérticas e pouca área disponível para agricultura.
O clima é desértico, com verões irrespiráveis e invernos amenos. De junho a setembro, é frequente os termómetros passarem os 40ºC. A precipitação é rara e normalmente sob a forma de aguaceiros breves nos meses de inverno.
Informação básica:
- Capital: Manama
- População: 1,46 milhões (dados de 2021)
- Língua: árabe
- Religião: 70% Islão, 14% Cristianismo, 10% Hinduísmo, 6% outras
- Moeda: Dinar Bahraini (BHD). Em fevereiro de 2024:
- 1 EUR = 0,4 BHD
- 1 USD = 0,38 BHD
- Tomadas: tipo G (semelhantes ao Reino Unido)
Melhor altura para visitar:
A melhor altura para ir ao Bahrain são os meses mais frescos, de novembro a março. Neste período, o clima é mais agradável e convidativo a atividades ao ar livre. Para mais, é nestes meses que os festivais e eventos culturais têm lugar, providenciando um óptimo acrescento às férias.
Durante o verão, o clima pode-se tornar insustentavelmente quente mas os preços dos voos e alojamento serão mais em conta. É, no entanto, necessário estar convenientemente preparado com protetor solar, chapéu, e roupa adequada.
Quanto a nós, visitámos em outubro, na meia-estação, e encontrámos temperaturas de ~35º durante o dia. As noites são mais agradáveis, perfeitas para jantar ou bebidas numa esplanada.
Vistos (simplificado)
Visitantes da maior parte dos países conseguem obter um visto à chegada, dependendo de condições que poderão consultar aqui. Nós preferimos fazer previamente o eVisa para ter a certeza que não perderíamos muito tempo no aeroporto à chegada.
Orçamento:
Estes países mais ricos do Golfo são normalmente tidos como caros, o que não corresponde necessariamente à verdade. É possível fazer férias no Bahrain por um preço mais em conta e de acordo com o tamanho da carteira.
No que toca a voos, a melhor relação qualidade-preço estará na Turkish ou Lufthansa, para residentes na UE. Gastámos cerca de 650€ por um voo multi-city com a Turkish Airlines. O nosso plano envolvia visitar o Kuwait e Bahrain, portanto marcámos ida para Manama e volta por Kuwait City. Depois, reservámos o voo mais barato para a nossa data entre Manama e Kuwait City pela Gulf Air (~180€). Dependendo do dia, poderão encontrar propostas melhores pela Kuwait Air ou Jazeera Air, que também fazem esta rota.
Dormida não é problema no Bahrain, visto que se consegue um quarto duplo num hotel mais económico por 40-70€/noite, e num hotel médio por 70-150€/noite. Encontrámos um desconto num hotel relativamente bom com piscina no último andar na periferia de Manama (Al-Seef), e que nos ficou por ~65€/noite sem pequeno almoço incluído.
Os restaurantes também não são propriamente caros, tendo uma refeição média o preço de 5-10€ nos sítios mais baratos. Esse valor passa para 10-30€/pessoa em estabelecimentos de qualidade média. O bairro Adliya, no sul de Manama, é especialmente reconhecido pelos bons restaurantes.
Quanto a transportes, podemos circular na zona de Manama por 0,3BHD (preços de 2023). Os bilhetes compram-se diretamente ao motorista. Táxis e Ubers são ubíquos e relativamente baratos, reflectindo o preço acessível do combustível no país.
Dinheiro:
Pagamentos com cartão são opção em virtualmente todos os estabelecimentos, o que torna os cartões pré-pagos uma excelente hipótese para poupar em taxas de conversão. Caixas multibanco também são facilmente encontradas nas cidades. Ainda assim, será útil ter algum dinheiro na carteira, para a rara ocasião onde não esteja disponível o pagamento com cartão, ou para comprar bilhetes de autocarro.
Cartões SIM:
Os maiores operadores no Bahrain são a Batelco, Zain, e Viva. É possível comprar cartões pré-pagos nos quiosques das empresas, seja no aeroporto ou cidade.
Em alternativa, poder-se-á comprar um plano eSIM de uma aplicação como a Airalo, que por vezes usamos. No Bahrain não vimos necessidade de comprar, sendo que apenas tivemos dados por rede Wi-Fi, à qual se pode aceder em virtualmente todos os restaurantes, cafés e hotéis.
O que vestir:
A população é predominantemente muçulmana, daí que sejam aconselhados outfits mais modestos, especialmente em edifícios religiosos. Aqui, não é autorizada a entrada a homens de calções, nem mulheres de cabeça ou ombros descobertos. Na mesquita Al-Fateh encontram-se disponíveis abayas (vestidos longos com capucho) e túnicas à entrada, que poderão ser emprestadas durante a visita.
Nas ruas não é necessário que mulheres cubram a cabeça. O uso de vestidos longos ou roupa mais larga e confortável, que não denuncie as formas do corpo, evita atenções indesejadas. O clima pode ser insuportavelmente quente, pelo que aconselhamos protetor solar, chapéu, e roupa leve de algodão.
Segurança:
A última vez que a paz foi ameaçada no Bahrain foi durante a Primavera Árabe, em 2011. É considerado um país muito seguro, com baixa taxa de criminalidade, e onde turistas dificilmente terão problemas. Andámos por todo o lado a pé, de carro, de Uber/táxi e de autocarro, e sempre nos sentimos seguros, mesmo de noite.
Neste pequeno país conduz-se à direita, não se prevendo grandes dificuldades na movimentação pelo arquipélago. Os locais conduzem em regra defensivamente, sem grandes pressas e respeitam razoavelmente as regras da estrada. As vias rodoviárias encontram-se em bom estado de conservação.
Gorjetas:
Tal como noutros países do Médio Oriente, as gorjetas não fazem parte dos costumes mas são sempre muito apreciadas.
Num restaurante, é bem visto (mas não obrigatório) deixar gorjeta de cerca de 10% da conta total. Nos hotéis esperam-se pequenas gorjetas para transportar as malas e limpeza de quarto (cerca de 1BHD). Na contratação de tours ou condutor privados, a regra dos 10% também se aplica.
E aqui vos deixamos tudo o que é necessário ter em conta quando se visita o Bahrain! Caso procurem uma abordagem mais profunda ao que há a ver no país, poderão querer consultar o nosso itinerário de 4 dias aqui.