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Jamaica: tudo o que precisa saber

Introdução:

A história da Jamaica começa a desenhar-se nos seus nativos indígenas - o povo Taino - para quem a ilha era "Xaymaca", a "terra de madeira e água". Em 1494, Cristóvão Colombo atracou pela primeira vez aqui, possibilitando aos espanhóis a fundação da primeira comunidade de origem europeia na ilha.

O período espanhol, caracterizado pela devastação dos Taino por doenças e maus-tratos, persistiu até meados do século XVII, altura em que os britânicos capturaram a ilha. Foi então que a Jamaica se tornou um ponto importante no tráfico de escravos, respondendo à crescente procura de mão de obra na indústria do açúcar. As péssimas condições de vida conduziram a várias revoltas, incluindo a Christmas Rebellion de 1831 liderada por Sam Sharpe, um dos heróis jamaicanos. A escravidão foi pouco depois abolida no Império Britânico, em 1834.

No século XX, o país procurava autodeterminação e independência. Após anos de negociações, a independência foi arrancada ao domínio britânico em 1962, tornando-se Sir Alexander Bustamante o primeiro líder eleito do país. O turbilhão económico e político dos primeiros anos de independência tornou-se uma força cultural global com o surgimento da música reggae, liderada pelo lendário Bob Marley. Apesar da sua herança histórica complexa, hoje a Jamaica é um país tranquilo, que atrai visitantes com suas praias paradisíacas, música vibrante e hospitalidade genuína.

Geografia:

A Jamaica é uma pequena ilha das Caraíbas, visitada sobretudo pelas praias tropicais. Dentro destas, a Seven-Mile Beach é provavelmente a mais famosa e um local a não perder em Negril, na costa oeste. Para aqueles que procuram um sítio mais recatado e longe do turismo de massas, as baías e portos naturais perto de Port Antonio devem ser uma zona a considerar.

O ponto mais alto da ilha é o Blue Mountain Peak, com 2256m, na província de Portland. Sem praias a oferecer, o que atrai os visitantes às montanhas são os trilhos para trekking e a fauna de altitude, bastante diferente em relação ao que se vê na costa e em cotas mais baixas.

A ilha é cruzada por vários riachos, que ziguezagueiam desde as montanhas até ao mar, por vezes dando origem a cascatas incríveis como as Dunn's River Falls. No caminho, atravessam terrenos irregulares, nomeadamente florestas tropicais que preenchem grande parte da Jamaica.

Informação básica:

  • Capital: Kingston
  • População: 3M (estimativa de 2022)
  • Língua: Inglês (oficial) e crioulo jamaicano
  • Religião: 69% cristãos / 21% ateus / 1% outros / 1% Rastafari
  • Moeda: Dólar Jamaicano (JMD). Em dezembro de 2023:
    • 1 USD = 164 JMD
    • 1 EUR = 168 JMD
  • Tomadas:
    • tipos A e B (semelhantes às dos EUA)

Melhor altura para visitar:

O país tem um clima tropical, que alterna entre um período seco e um período de chuvas.

Os melhores meses para visitar são os de menor pluviosidade, entre dezembro e abril. Aqui, o tempo é ameno e agradável, ótimo para atividades ao ar livre. Tratando-se de época alta, os preços encontrar-se-ão proporcionalmente inflacionados.

A época das chuvas começa em junho e estende-se até novembro, com maior frequência de furacões entre agosto e outubro. Os períodos de chuva correspondem normalmente a aguaceiros fortes mas que não duram muito tempo. Aqui encontraremos preços mais acessíveis, como contrapartida ao clima e ao risco de cancelamento de voos, etc.

Há também uma curta ponte entre estas duas estações, no mês de maio e no fim de novembro, em que os preços continuam acessíveis e o risco de chuva é baixo. Foi precisamente nesta altura que visitámos a Jamaica (primeiros dias de junho), e felizmente apanhámos apenas um dia com chuva.

Vistos (simplificado)

A maioria dos países "ocidentais" beneficiam de um acesso de 30, 60 ou 90 dias sem necessidade de visto, dependendo da nacionalidade. É no entanto necessária uma autorização de entrada no país (formulário C5), que poderão encontrar aqui.

De notar que este formulário C5 é dos menos intuitivos que alguma vez vimos. Recomendámos que imprimam o formulário preenchido e levem convosco. É possível também preencher à chegada, mas à custa de mais algum tempo na imigração.

Orçamento:

Viajar independentemente neste país não é necessariamente mais barato que um pacote de uma semana num resort com tudo incluído.

Para piorar, a Jamaica também é um destino caro para viajar a partir da Europa. Por isso combinámos a viagem com mais dias na República Dominicana (R.D.), para onde arranjámos bilhetes transatlânticos via Madrid mais em conta (cerca de 600€). A partir da R.D. marcámos viagens diretas para Kingston com uma low-cost local ( Arajet). Mesmo assim, como as datas não eram flexíveis, tivemos que pagar 350-400€ pela ida e volta a Kingston (bagagem incluída).

O nosso carro foi alugado através da Hertz por 235€ mas acabou por ficar mais caro devido a seguros locais obrigatórios, o que trouxe o total para 420€. No que respeita a dormidas, ficámos sempre em airbnb ou hotéis do booking.com, dispendendo sempre entre 20-35€/pessoa por noite. Um restaurante médio cobrará cerca de 10-12€ por prato, valor que pode descer para metade em restaurantes de estrada ou comida de rua.

Dinheiro:

A maioria dos estabelecimentos tem terminal de cartões, o que torna cartões pré-pagos como o Revolut bastante práticos. Qualquer cidade média terá provavelmente uma caixa de multibanco. É recomendável ter sempre alguns dólares americanos ou jamaicanos na carteira para qualquer eventualidade.

Salientamos que muitos sítios aceitam dólares americanos como forma de pagamento, especialmente áreas mais turísticas como Negril, Montego Bay e Ocho Rios.

Cartões SIM:

Em aeroportos internacionais como o de Montego Bay ou o de Kingston existem bancas de venda de cartões SIM pré-pagos das redes locais (Digicel e Flow). Estes balcões situam-se normalmente após a alfândega, no hall das chegadas, mas cobram preços de turista. Nos centros das grandes cidades não haverá dificuldade em encontrar lojas oficiais que ofereçam o mesmo serviço por preços melhores.

Em alternativa, poder-se-ão comparar opções de eSIM de uma aplicação como a Airalo, que por vezes usamos. Na Jamaica apenas tivemos ligação por rede Wi-Fi, à qual se pode aceder em boa parte dos restaurantes e cafés.

O que vestir:

Não há restrições religiosas em relação ao modo de vestir, mas é sempre boa ideia usar algo mais modesto para visitar locais de culto ou localidades mais pequenas e conservadoras.

São aconselhadas roupas leves e respiráveis, como calções, t-shirts ou vestidos, que servem à maioria das atividades. Durante os meses mais chuvosos, de junho a novembro, não esquecer um casaco impermeável e guarda-chuva.

Segurança:

A ilha não é homogeneamente segura. Apesar de dificilmente termos problemas na maior parte do país, há bairros onde devemos ter mais precaução, nomeadamente na periferia das grandes cidades e à noite. Mesmo em zonas tipicamente seguras podem ocorrer furtos de ocasião, como em qualquer parte do mundo.

O país é predisposto a perigos naturais como furacões, principalmente de agosto a outubro. É importante seguir as recomendações das autoridades competentes perante estes fenómenos da natureza.

A segurança rodoviária também é deficiente na Jamaica. As estradas são esburacadas e com pouca visibilidade no interior do país, e os jamaicanos têm uma condução muito agressiva. Não recomendamos condução noturna, apesar de o termos feito um par de vezes.

Gorjetas:

São esperadas em várias situações, nomeadamente nos pontos mais turísticos do país. Em restaurantes, é simpático deixar cerca de 10% do valor total da conta. Alguns (os mais caros) já têm mesmo uma taxa de serviço incluída no talão. Em tours realizadas a partir de resorts, é também esperada uma gorjeta de 10% do valor da excursão para o guia/condutor.

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