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Circuito a pé pela Cidade Colonial de Santo Domingo

A frenética capital da República Dominicana (R.D.) foi oficialmente fundada em 1498 por Bartolomeu Colombo, o irmão de Cristóvão Colombo. É inclusive a cidade mais antiga das Américas, uma mescla de história e modernidade na costa sul de La Hispaniola, a ilha que abarca a R.D. e o Haiti. A cidade velha, conhecida como Zona Colonial, encontra-se repleta de edifícios centenários que nos dão pistas para o aspeto da capital noutros tempos.

Santo Domingo (S.D.) é um dos principais pontos de entrada no país, embora o seu aeroporto tenha a crescente concorrência de Punta Cana. Ainda assim, a cidade mantém-se um ponto a visitar para uma experiência caribenha autêntica, com história, cultura e hospitalidade. Os melhores locais a visitar podem ser explorados num dia completo, visto que se situam convenientemente a pouca distância uns dos outros.

O centro da cidade é a opção mais cara para pernoitar mas compensa, uma vez que se consegue facilmente elaborar um circuito pedestre pela capital. Escolhemos o hotel "RIG Casa Conde", um local modesto mas confortável e a bom preço no coração da Zona Colonial (na Calle El Conde, o #11 no nosso percurso).

Vejamos então o nosso itinerário:

1. Parque da Independência

Iniciámos a jornada no nosso hotel da Calle El Conde. Daqui, partimos para este parque público onde se reuniam os nacionalistas na luta pela independência de Espanha, no sec. XIX. O parque tem várias zonas verdes, com palmeiras e jardins bem tratados.

Ao centro, encontramos um monumento dedicado a figuras de proa na história da R.D.. Aproximando-nos, vemos três enormes estátuas que representam os fundadores da nação: Juan Pablo Duarte, Francisco del Rosario Sánchez, e Ramon Matías Mella, coletivamente conhecidos como "Los Trinitarios".

  • Entrada livre
  • Tempo estimado de visita: 15min
Parque Independencia

2. Obelisco de Santo Domingo

Continuando para sul em direção ao Malecón (a avenida marginal da cidade), deparamo-nos com o Obelisco de S.D., um símbolo da cidade. Esta estrutura foi inaugurada pela celebração do centenário da independência da R.D., obtida em 1844. O obelisco encontra-se decorado com inscrições e pinturas relativas a momentos-chave e personagens determinantes da história dominicana.

3. Forte de S. Gil

Caminhando agora pelo Malecón, demoramos apenas um par de minutos até chegar ao Fuerte San Gil. Este forte desempenhou um papel fundamental na defesa da cidade contra piratas e invasões. Hoje apenas restam alguns modestos segmentos das muralhas defensivas, mas ainda assim é um bom ponto de paragem para quem gosta de história.

  • Entrada: grátis
  • Tempo aproximado de visita: 10min

4. Plaza de la Hispanidad (ou Praça de Espanha)

O maior segmento deste circuito faz-nos continuar ao longo do Malecón e do Rio Ozama, inicialmente para este e depois norte, até chegarmos à Praça de Espanha, no centro da cidade colonial. Este largo mantém-se virtualmente inalterado desde o séc. XVI, preservando vários detalhes da arquitetura colonial espanhola.

No centro deparamo-nos com o Alcazár de Colón, um edifício que serviria de residência ao filho de Cristóvão Colombo. Foi convertido num museu dedicado à história colonial da cidade, mas atualmente encontra-se em remodelações (2023).

  • Entrada: 100 DOP
  • Horário: 3a-sábado: 9-17h / domingo 9-16h / encerrado à 2a-feira
Plaza de España com o Alcazár de Colón ao fundo

5. Mosteiro de S. Francisco

Antes do Museu das Casas Reais, que fica mesmo ao lado da Praça de Espanha, fazemos um pequeno desvio para ver este mosteiro do período colonial, que teve enorme preponderância na difusão do Cristianismo e conversão das populações indígenas. A sua construção teve início em 1506 e só terminou cinquenta anos mais tarde, mas mesmo assim bastante a tempo de o consagrar como primeiro mosteiro erigido nas Américas.

A maior parte do complexo foi infelizmente destruída por terramotos, ciclones e saqueada por piratas. Hoje restam as ruínas, mas a igreja continua a ser usada pelos fiéis para cerimónias religiosas. Apanhámos o recinto fechado e por esse motivo vimos as paredes do mosteiro apenas de fora. Fiando-nos na informação de outras fontes, os horários são muito incertos e por isso é uma questão de sorte apanhar este monumento aberto.

  • Entrada livre
  • Horário: imprevisível

6. Museu das Casas Reais

Um dos melhores museus da capital encontra-se num dos edifícios mais antigos aqui existentes, e que serviu em tempos de residência aos administradores espanhóis da ilha. Aqui podemos mergulhar na história, tradições e vida dos habitantes desta ex-colónia espanhola, bem como explorar a influência indígena e africana nas raízes da sua cultura.

Com o auxílio de um audio-guia (incluído) disponível em várias línguas, demora-se cerca de 1h30 a explorar os vários compartimentos do museu. No átrio à sua frente, deparamo-nos com uma peça diferente: um relógio de sol que há séculos diz as horas à população, neste mesmo local.

  • Entrada: 100 DOP (audio-guia incluído)
  • Horário: 10-18h (encerra às segundas-feiras)
  • Tempo aproximado de visita: 1h30
Um dos jardins do museu

7. Panteão da Pátria

Muito perto do último ponto de paragem encontramos o Panteão, um local de grande importância histórica para os dominicanos. Aqui encontram descanso eterno os heróis e personagens notáveis deste país, destacando-se Juan Pablo Duarte, um dos fundadores da pátria.

Foi inicialmente uma igreja jesuíta, aquando da sua construção em 1747. Depois, teve utilidade como armazém de tabaco e teatro. E apenas mais tarde foi restaurado, em 1958, com o propósito de transformar o edifício no mausoléu que hoje podemos visitar.

O design é inspirado no estilo neoclássico, com uma grande fachada onde se destacam imponentes colunas do estilo greco-romano. O interior é revestido maioritariamente a mármore, mas também com frescos em algumas superfícies. Numa zona mais elevada, vemos um enorme candeeiro que se eleva acima de uma chama eterna, acesa em homenagem àqueles que aqui jazem.

  • Entrada: grátis
  • Horário: diariamente das 9-17h
  • Tempo aproximado de visita: 30min
Panteão

8. Fortaleza Ozama

Este castelo com vista para o rio Ozama é uma das secções bem preservadas das muralhas fortificadas de S.D.. A sua colocação numa colina sobre o estuário permite um campo de visão alargado tanto para o rio como para o oceano, adicionando assim uma linha de defesa neste ponto crucial da ilha.

Reconhecido como a estrutura militar de origem europeia mais antiga das Américas, este forte teve enorme preponderância numa altura em que a ilha era assolada por ataques de piratas britânicos e holandeses. Ao longo da história também foi utilizado como prisão para piratas e políticos. Foi aqui mesmo que Cristóvão Colombo condenou dissidentes à pena de morte e, ironicamente, neste mesmo sitio acabou por ser mais tarde julgado e preso.

  • Entrada: 70 DOP
  • Horário: 2a-sábado 9:00-18:30 / Domingo 9-16h
  • Tempo aproximado de visita: 45min
Fortaleza Ozama

9. Parque Colombo

É por direito o centro e coração da Cidade Colonial. É aqui que vemos os locais a conviver ao fim‑de‑semana, artistas de rua, restaurantes, cafés e esplanadas. Ao centro da praça ergue-se, imponente, a figura metálica daquele que lhe dá o nome. Se ainda não tiver surgido a oportunidade, este é o local ideal para descansar ou almoçar numa esplanada enquanto se vê a vida a decorrer em nosso redor.

Numa das arestas da praça vemos a Catedral de N.S. da Encarnação. Construída entre 1504-1550, é a primeira catedral da América e também um excelente exemplo da arquitetura colonial espanhola, misturando o gótico com o barroco. Nos dias de hoje continua a ser usada regularmente para cerimónias religiosas e oração. Além da catedral, podemos também visitar a coleção de arte sacra do museu que lhe está anexo.

  • Entrada livre
  • Horário: 9:00-16:30 (fechada aos domingos)
  • Tempo aproximado de visita: 30min
Detalhe da Catedral de N.S. da Encarnação

10. Igreja da Ordem Dominicana

Não longe do Parque Colombo, encontramos outro edifício religioso com traços coloniais característicos. Esta igreja, anexa a um convento, foi construída após a chegada da Ordem Dominicana à R.D.. É também das mais antigas da ilha e foi em tempos também uma universidade, a primeira do continente americano.

A fachada frontal é um exemplar perfeito de construção barroca, e sobressai dos outros edifícios pela sua beleza (foto em baixo).

  • Entrada: grátis
  • Horário: 8:30-12:30 e 15:00-18:00
  • Tempo aproximado de visita: 15-30min
Fachada da Igreja da Ordem Dominicana

11. Rua El Conde

De volta ao Parque Colombo, podemos reparar numa rua pedestre que parte para oeste em direção ao Parque Independencia, a nossa primeira paragem. Estamos de volta à Calle El Conde, o nosso ponto de partida e uma das ruas mais emblemáticas da cidade.

A via encontra-se flanqueada por edifícios antigos e bem preservados, com fachadas coloridas. No piso de baixo albergam habitualmente lojas, cafés ou restaurantes. Aqui podemos comprar joalharia, roupas, peças de artesanato e outras recordações do país.

Nesta rua também é habitual encontrar-se música ao vivo, performances e eventos culturais.

Detalhes arquitectónicos da Rua El Conde

E aqui chegamos ao fim do nosso percurso pedestre pelos melhores pontos de S.D.. Trata-se de uma cidade cativante onde as construções e os detalhes arquitectónicos nos levam para o passado. Os espetáculos artísticos, música e danças de rua acrescentam à experiência e tornam obrigatória a visita à cidade. Caso estejam num resort por aqui perto, vale bem a pena trocar o descanso da praia por um dia mais desgastante mas recompensador! Deixamos a caixa de comentários aberta para qualquer dúvida que nos queiram colocar :)

Relembramos que também temos disponível o nosso itinerário de 8 dias de carro pela R.D. , que poderá ajudar a planear uma visita mais completa ao país.

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