Avançar para o conteúdo

Três dias em Singapura

A República de Singapura é um estado-cidade insular soberano, localizado na ponta sul da Península Malaia (Sudeste Asiático). Cerca de 5,7 milhões de pessoas vivem aqui, o que faz deste um dos países mais densamente povoados do mundo.

Singapura é uma cidade cosmopolita conhecida pelos imponentes arranha-céus, transportes públicos eficientes e diversidade populacional. É também um importante centro financeiro onde as maiores multinacionais têm escritórios, o que atrai muitos expatriados. A gastronomia, muito variada, é reconhecida em todo o mundo e combina influências chinesas, malaias, indianas e ocidentais. Além disso, o país ostenta diversas atrações culturais, como museus, galerias de arte e festivais que exibem a sua herança multicultural.

O número de atrações e atividades é largamente desproporcional ao tamanho deste micro-estado. Passámos aqui três dias, que consideramos suficientes para os principais alvos turísticos. O sistema de transportes, pontual e rápido, permite circular em todo o lado com uma facilidade impressionante.

Ficámos num hotel central e em conta (Ibis Budget Singapore Clarke Quay). É um hotel de média qualidade com pequeno-almoço incluído que recomendamos pela conveniência e preço.

Dia 1:

1.1. Chinatown

Como ficámos perto de Chinatown, começámos por explorar esta zona o mais cedo possível. Trata-se de um bairro movimentado de Singapura que alberga alguns dos melhores templos religiosos da cidade.

O templo Buddha Tooth Relic é de visita obrigatória. Foi acabado recentemente, em 2007, e acolhe uma relíquia que se diz ser um dente do próprio Buda. Apesar da construção moderna, foram respeitados os padrões arquitectónicos tradicionais, num estilo detalhado, com materiais bem trabalhados.

Também visitámos o templo Thian Rock Keng, que não fica longe do anterior. Construído há quase 200 anos (1842), também se apresenta com pormenores tradicionais deliciosos que atestam a habilidade dos construtores e artesãos que se dedicaram à sua construção. É dedicado a Mazu, deusa do mar.

O terceiro templo que recomendamos visitar é o Sri Mariamman, um templo hindu que honra Mariamman, deusa da doença e da cura. Foi terminado em 1827 por imigrantes indianos que por aqui ficaram e desde então é local de atividades de culto. A torre de entrada (gopuram) é característica destes templos, ornamentada com motivos da mitologia Hindu.

  • Tempo aproximado de visita: 2 horas
  • Entrada livre em todos os templos

1.2. Jardim Botânico

Avançamos agora para um dos mais completos e bonitos jardins botânicos do mundo. Não é possível ver este parque com mais de 150 anos em algumas horas, portanto tivemos que ser seletivos.

O melhor e mais famoso setor do parque é o Jardim Nacional de Orquídeas (National Orchid Garden). Aqui vivem mais de 1000 espécies e 2000 híbridos de orquídeas, tornando este espaço numa das maiores coleções destas plantas do mundo. Podemos encontrar várias secções, cada uma com a sua organização e temática. A mais especial é provavelmente a secção das espécies híbridas criadas em homenagem a figuras públicas que visitaram em determinada altura o país, como Nelson Mandela ou a Princesa Diana.

Não podemos também esquecer a estufa Tan Hoon Siang, que recria o ambiente frio e húmido propício ao crescimento das orquídeas de altitude. Várias destas espécies são raras e difíceis de fazer crescer fora dos seus habitats naturais.

Além disto, o jardim possui também outras partes com flores dos mais variados pontos do planeta. Passámos por algumas mas obviamente não todas.

  • Tempo aproximado de visita: 2-3 horas
  • Jardim Botânico: entrada livre
  • Jardim Nacional das Orquídeas: adultos 15 SGD / estudantes e séniores 3 SGD
Jardim Botânico

1.3. Monte Faber

A sul do Jardim Botânico encontramos esta elevação, uma colina que nos presenteia com vistas impressionantes para o centro. Com uma altura de apenas 105m consegue ser dos pontos (naturais) mais altos do país. Saímos do metro na estação de Harbourfront e subimos a colina pelo trilho Marang.

  • Trilho Marang: 750m; 14min

No topo podemos encontrar uma estação de teleférico que nos leva até à ilha Sentosa, um destino popular para praias, resorts e parques temáticos. Deixaremos esta parte para o último dia.

O contorno dos arranha-céus de Singapura a partir do Mt. Faber

Um número considerável de trilhos podem ser explorados a partir do cume. Mas antes, um pouco mais à frente da estação de teleférico, encontraremos a figura mítica que é o símbolo de Singapura. Sim, o Merlion encontra-se aqui representado! Não é a representação mais conhecida, que se encontra no centro, mas sim uma réplica de menor tamanho. Ainda assim, consideramos que vale a pena ir espreitar!

  • Tempo aproximado de visita: 1 hora

1.4. Cumes do Sul (Southern Ridges)

O trilho Southern Ridges começa do topo do Monte Faber e estende-se para Oeste ao longo da colina. Tem uma extensão de 10km e liga os parques Mount Faber, Telok Blangah, Hort, Kent Ridge e Reserva de Labrador.

No caminho deparamo-nos com a ponte Henderson Waves, que liga o parque do Monte Faber ao seguinte, Telok Blangah. É muitas vezes visitada por si própria, devido ao seu formato ondulado peculiar. Outros destaques do percurso incluem a Forest Walk e a Canopy Walk, dois conjuntos de pontes que nos permitem atravessar a floresta ao nível da folhagem.

  • Tempo aproximado de visita: 2 horas
Canopy walk

Dia 2:

2.1. Casas Peranakan

Iniciámos o dia com as típicas casas Peranakan de Singapura. Situadas na Koon Seng Road, estes edifícios representam um tipo de construção encontrado na Península Malaia, bem como noutras partes do Sudeste Asiático.

Aparentemente, em Malaca, os administradores coloniais holandeses calculavam os impostos da habitação com base no comprimento das fachadas. Disto resultou que as populações começassem a construir casas longas mas de fachadas estreitas e ornamentadas. Este tipo de casa ostenta também um jardim central ou pátio e é normalmente bem ventilada para lidar com o clima tropical.

  • Tempo aproximado de visita: 30min
Casas Peranakan

2.2. Indian Quarter / Little India

Trata-se de um bairro vibrante no coração de Singapura e simultaneamente um poço de cultura indiana, com ruas movimentadas e repletas de lojas, restaurantes e templos.

Um dos edifícios mais notáveis é o templo Sri Veeramakaliamman, de origem hindu e dedicado à deusa Kali. Podemos explorar a arquitetura do mesmo e testemunhar os rituais e oferendas feitas pelos fiéis.

Outra estrutura distinta é a Casa de Tan Teng Niah, erigida no início do séc. XX por um empresário chinês. É o espelho da multiculturalidade de Singapura, afirmando os seus traços orientais em pleno bairro de predomínio indiano. O edifício foi originalmente residência do empresário e da sua família, entretanto convertido em galeria comercial.

Casa de Tan Teng Niah

Outro ponto importante é a culinária, onde a comunidade se apresenta aos visitantes com vários restaurantes e bancas de comida típica do sub-continente indiano. Em festivais como o Diwali, a zona ganha vida com decorações coloridas e celebrações de rua. Podemos observar desfiles, performances, e fogo de artifício característicos da cultura hindu.

  • Tempo aproximado de visita: 1h30

2.3. Arab Quarter

A apenas uns quarteirões de Little India, tropeçamos em pleno bairro árabe, outra zona culturalmente rica. Aqui podemos encontrar a Sultan Mosque, a maior mesquita de Singapura, com a sua imponente cúpula dourada.

A Haji Lane, uma viela estreita repleta de arte urbana e cafés modernos, é uma das maiores atrações do bairro árabe. Nota-se que é uma das ruas mais na moda da cidade, visitada não apenas por turistas mas também por locais.

A Arab Street é-lhe paralela e também um local a visitar. Sempre com bastante movimento, é conhecida pelos têxteis e tapeçarias que aqui se vendem, bem como pelos restaurantes do Médio Oriente e Malásia.

  • Tempo aproximado de visita: 1h30
Haji Lane

2.4. Gardens by the Bay

À medida que a tarde inevitavelmente avança, aproxima-se aquela que é, para nós, a melhor altura do dia para visitar o mais conhecido ponto turístico de Singapura. Os Gardens by the Bay são um conjunto de jardins e parques perto da marina. Desenvolvem-se por uma área de 101 hectares e compreendem uma variedade impressionante de paisagens verdes.

Visitámos várias zonas do complexo, incluindo o Supertree Observatory, a OCBC Skyway e as duas estufas cobertas (Flower Dome e Cloud Forest). As duas estufas foram vistas durante a tarde, o Supertree Observatory ao por-do-sol e a OCBC Skyway logo após, para o espetáculo de luz e som.

2.4.1. Supertree Grove

O parque é sobretudo conhecido por estas estruturas gigantes, um bosque de 18 "super-árvores" de 25-50m de altura. Algumas encontram-se ligadas por uma via suspensa (OCBC Skyway) e, à noite, ganham vida com um espetáculo multimédia.

Para além disso, as super-árvores têm um papel ecológico fundamental no parque que se sobrepõe ao aspeto estético. São jardins verticais coberto de plantas que dão casa a um sem número de aves e insetos e, além disso, encontram-se equipadas com células fotovoltaicas e armazenam água pelos seus ramos metálicos, o que armazena a energia e recursos hídricos usados pelo parque.

  • Supertree Observatory
    • Horário de funcionamento: 09:00-21:00
    • Entrada: adultos: 14 SGD / 3-12 anos: 10 SGD
  • OCBC Skyway
    • Horário de funcionamento: 09:00-21:00
    • Entrada: adultos: 12 SGD / 3-12 anos: 8 SGD

2.4.2. Flower Dome

A maior estufa de vidro do mundo. Mimetiza um clima fresco e seco, propício ao cultivo de plantas da Austrália, América do Sul, África do Sul e Mediterrâneo. A peça central da estufa é o Flower Field, um arranjo de flores sazonais que vão sendo alteradas conforme os meses do ano.

  • Horário de funcionamento: 09:00-21:00
  • Entrada (Flower Dome + Cloud Forest): adulto: 53 SGD / 3-12 anos: 40 SGD

2.4.3. Cloud Forest

Esta outra estufa foi desenhada para replicar o clima húmido das florestas tropicais altas. O recinto desenrola-se em volta de uma estutura central de 35 metros recoberta com vegetação densa.

Assim que entramos, somos cumprimentados por uma impressionante cascata de 30m que cai a partir do cume da estrutura central. A suspensão de gotículas de água que cria ajuda a encontrar o ambiente húmido perfeito para que estas plantas sobrevivam e se desenvolvam.

Rodeando a montanha, encontramos um elevador que nos leva ao topo da Cloud Walk, um caminho suspenso por onde podemos circular, no meio da folhagem. Garante-nos uma perspectiva e experiência únicas nesta estufa bastante atípica, e torna-se rapidamente o ponto alto da visita.

  • Horário de funcionamento: 09:00-21:00
  • Entrada (Flower Dome + Cloud Forest): adulto: 53 SGD / 3-12 anos: 40 SGD

Dia 3:

3.1. Parque Merlion

Um parque muito concorrido no coração do distrito financeiro de Singapura, perto de Marina Bay. É batizado em honra da estátua do Merlion (a "verdadeira"), que é das atrações mais icónicas de Singapura.

O parque consiste num espaço amplo com uma marginal pedestre onde podemos ver locais a correr ou caminhar. Daqui também podemos contemplar os arranha-céus da cidade e o famoso hotel Marina Bay Sands, bem como o museu ArtScience (que optámos por não visitar).

  • Tempo aproximado de visita: 1 hora

3.2. Museu Nacional

Este é o mais antigo e maior museu de Singapura, e provavelmente a melhor escolha se quisermos visitar um museu nesta cidade. Oferece uma panóplia de galerias que dão luz à história e identidade desta ilha. Podemos explorar a história desta pequena cidade-estado desde os tempos pré-coloniais até hoje e adquirir conhecimentos acerca das tradições e inovações locais.

A Galeria de História de Singapura é algo a não deixar de visitar e compreende uma coleção de artefactos e exibições multimédia que contêm o passado desta pequena nação. O museu também tem ocasionalmente exposições temporárias de arte contemporânea, bem como eventos para visitantes de todas as idades.

  • Tempo aproximado de visita: 2 horas
  • Entrada (exposição permanente): adultos: 15 SGD / estudantes e seniores 10 SGD
  • Horário: 10:00-19:00

3.3. Aquário S.E.A.

A ilha de Sentosa alberga um dos maiores aquários do mundo. O S.E.A. acolhe mais de cem mil animais marinhos distribuídos por mais de 1000 espécies, das mais comuns às mais exóticas.

O aquário encontra-se segmentado em várias zonas, que se distribuem por habitats e espécies distintos. Podemos observar um total de 45 (!) habitats diferentes. Um dos destaques é o mar alto, um tanque colossal com um painel de vidro gigante que nos permite ver mantas e tubarões, entre outros, num ambiente representativo do grande oceano.

Habitat do Mar Alto

Além disso, estão disponíveis outros programas para os mais curiosos, como o "encontros com tubarões" (Shark Encounter), onde podemos coabitar de perto com estes animais, e também o "sonhos oceânicos" (Ocean Dreams), que nos permite passar uma noite no aquário e aprender algo mais acerca de conservação dos oceanos.

  • Duração estimada da visita: 2h30
  • Entrada: adultos: 41 SGD / 4-12 anos: 30 SGD

3.4. Teleférico

Esta é um ponto turístico bastante popular que nos proporciona uma perspetiva diferente sobre a cidade e ilhotas anexas. Existem somente duas linhas, que se conectam na estação Imbiah Lookout: a Mount Faber e a Sentosa Island. Após sair do aquário, fomos prontamente à estação mais próxima para fazer ambas as linhas, e portanto o circuito completo.

A volta permite-nos observar de cima o centro da cidade, o porto, e o verde do Monte Faber e da Ilha de Sentosa. Na estação do Monte Faber podemos encontrar alguns bares e restaurantes, assim como os trilhos e caminhadas já mencionados.

  • Duração aproximada (circuito completo): 1h
  • Bilhetes: adultos 35 SGD / crianças 25 SGD (20% de desconto se comprados online aqui)
  • Horário de funcionamento: 8:45-22:00

E assim fechamos o nosso percurso de 3 dias neste país pequeníssimo mas muito interessante! Esperamos que vos tenhamos ajudado a organizar a estadia, visto que a cidade se encontra densamente apinhada de locais para ver. Temos consciência de que um quarto dia nos poderia ter sido útil mas ficámos com a sensação de que vimos o essencial. Esperamos também cá voltar, nem que seja numa escala longa, visto que o aeroporto é provavelmente o hub mais importante do Sudeste Asiático.

Etiquetas:

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *