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El Salvador: itinerário de 10 dias

El Salvador é um dos países menos visitados da América Central. Atormentado nas últimas décadas por uma Guerra Civil (1979-1992) e organizações criminosas, tem sido encarado por turistas com desconfiança e apreensão. Nações vizinhas como a a Guatemala e Costa Rica têm visto o turismo a florescer, mas El Salvador ainda marca passo neste aspeto. No entanto, esforços têm sido feitos para que siga o mesmo rumo.

Em 2021 visitámos países com fraca reputação na Europa, como o Líbano e Iraque (Curdistão Iraquiano). Ambos foram experiências incríveis que sem dúvida repetiríamos. Decidimos então dar uma hipótese a El Salvador, e mais uma vez a realidade que vimos é muito diferente do quadro que se pinta. Fomos bem recebidos em todo o lado nestes 10 dias, e recomendamos este país a quem pretende um destino diferente com boas praias, natureza e história.

Após alguma pesquisa, decidimo-nos focar na parte ocidental do país, mais verdejante e onde se localizam quase todos os destaques. Também gostaríamos de ter visitado o Museu da Revolução (Museo de la Revolución Salvadoreña), localizado em Perquín, mas a distância não nos permitiu incluí-lo no programa.

Dia 0: chegada a SAL

El Salvador tem apenas um aeroporto internacional ("Aeropuerto Monseñor Oscar Arnulfo Romero e Galdámez"), com o código IATA "SAL". Não existem ligações domésticas dado o pequeno tamanho do país. Em SAL podemos apanhar diversas ligações para as Américas, mas o único destino europeu que marca aqui presença é Madrid (Iberia).

Usámos esta ligação da Iberia para cá chegar, tendo o voo aterrado às 18:30 como previsto. Não tivemos qualquer problema na imigração, todo o processo foi fluidamente conduzido. No entanto, a organização da entrega de bagagem foi caótica e atrasou-nos uma boa meia hora.

Ainda assim apanhámos o nosso carro alugado a tempo, um pequeno Kia Picanto que se desenrascou razoavelmente bem nestas estradas (exceto no Paque Nacional Montecristo, onde um 4x4 seria mais adequado). Conduzimos ao largo do Lago Ilopango até Suchitoto, a nossa primeira paragem em El Salvador. Ficámos no hotel "Raíces de Mi Pueblo" (quarto duplo, WC partilhado e pequeno-almoço incluído - 38€).

  • SAL -> Suchitoto (70km; 1h32)

Dia 1: Suchitoto

Suchitoto é um ponto turístico no norte do país, muito popular entre os locais. A cidade encontra-se ladeada de vegetação densa e também do Lago Suchitlán. No entanto, aquilo que mais cativa os visitantes são os bem preservados edifícios coloridos da era colonial.

Escrevemos um artigo completo sobre Suchitoto com atrações e atividades para um dia. Podem lê-lo aqui.

No final deste dia fomos para o nosso próximo destino - o Parque Nacional Montecristo. Este trajeto não tem autocarros diretos, portanto a melhor hipótese será um táxi privado ou partilhado. Além de campismo, não restam muitas opções para dormir nesta zona. Ficámos em Metapán, na única opção disponível no booking.com, "La Toscana" (42€/noite), um estabelecimento que funciona como restaurante e hotel.

  • Suchitoto -> Metapán (98km; 1h55)
Lago Suchitlán

Dia 2: Parque Nacional Montecristo / Metapán

Destinámos este dia ao extremo nordeste do país. O P.N. Montecristo é uma floresta com grande variedade de fauna e flora perto de Metapán, uma cidade onde parece que o tempo parou. Infelizmente, esta continua a ser uma área pouco visitada por turistas internacionais dada a distância a Santa Ana.

Passámos a manhã no parque nacional, onde almoçámos, e voltámos a Metapán para uma visita rápida durante a tarde. Continuámos depois para Santa Ana, onde ficámos três noites no "Velvet Hostal". Um quarto duplo com WC privado e pequeno-almoço custou-nos aqui 23€/noite. Mais detalhes deste dia podem ser encontrados no artigo "Departamento de Santa Ana: destaques".

  • Metapán -> Santa Ana (52km; 1h04)

Dias 3 e 4: Santa Ana e arredores

Foi ao 3º dia que finalmente subimos o Vulcão Santa Ana, uma das melhores atividades que o país tem para oferecer. Também fomos ao Cerro Verde, apenas uns quilómetros ao lado. No 4º dia voltámos a fazer uma escapadinha, desta vez a Tazumal. Como fizemos base na cidade de Santa Ana, visitámo-la na volta das viagens, em ambos os dias.

O nosso artigo "Departamento de Santa Ana: destaques" inclui muito mais informação a respeito de todos estes locais.

  • Santa Ana -> Vulcão Santa Ana / Cerro Verde (40km; 50min)
  • Santa Ana -> Tazumal (14km; 22min)
Vulcão de Santa Ana (Ilamatepec)

Dias 5 e 6: Ruta de Las Flores

Abandonámos Santa Ana de manhãzinha para ir de encontro a um local que não estava no plano inicial. O Salto de Malacatiupán foi uma dica dada pelo recepcionista do nosso hotel que não nos arrependemos nada de seguir! Relaxámos nestas cascatas termais antes de seguir viagem para a Ruta de Las Flores.

Almoçámos na primeira povoação da Ruta, Ahuachapán. Esta estrada atravessa as montanhas ocidentais de El Salvador e passa por seis vilas típicas. A tarde foi passada em Ahuachapán e Concepción de Ataco, e as restantes povoações foram visitadas no 6º dia.

Usámos Juayua como base para esta zona, onde dormimos por duas noites nesta guesthouse (excelente localização e quarto). Mais informação sobre a Ruta de Las Flores aqui.

Concepción de Ataco

Dia 7: Joya de Cerén

Neste dia conduzimos de Juayua até La Libertad. Parámos em Sonsonate e nas ruínas de San Andrés, mas o ponto alto do dia seria Joya de Cerén.

Sonsonate é uma cidade mais agitada que marca o fim da Ruta de Las Flores. Algumas pessoas consideram-na a sétima cidade da Ruta e, na nossa opinião, partilha com as outras algumas características, como a arte urbana omnipresente e as igrejas típicas.

Arte urbana em Sonsonate

As modestas ruínas de San Andrés ficam a pequena distância da Joya de Cerén. Apesar de terem sido descobertas em 1977, ambas as pirâmides principais ainda estão parcialmente cobertas (e não há vestígios de qualquer atividade arqueológica presentemente). O recinto ainda tem um pátio principal com uma secção subterrânea. O autocarro 201 faz San Salvador - Santa Ana e pára perto da entrada das ruínas e da Joya de Cerén.

  • Entrada: $5 (encerra às 2ª feiras)
  • Estacionamento: $1
Uma das pirâmides nas ruínas de San Andrés

Joya de Cerén é o equivalente latino-americano de Pompeia. A queda abrupta das cinzas de um vulcão soterrou uma pequena vila rural Maia, preservando-a. Este local é hoje património da humanidade UNESCO. Os artefactos aqui encontrados fornecem informações preciosas no modo de vida destas comunidades.

  • Entrada: $10 (encerra às 2ª feiras)
  • Estacionamento: $1
Casas Maias preservadas (Joya de Cerén)
  • Juayua -> Sonsonate -> San Andrés -> Joya de Cerén -> La Libertad (126km; 2h37)

Dia 8: San Salvador

Sacrificámos uma noite em San Salvador pelo conforto de três noites consecutivas perto de La Libertad. Neste 8º dia voltámos atrás no trajeto para uma visita de um dia a San Salvador. Apesar da péssima reputação da cidade, as áreas mais turísticas tendem a ser razoavelmente seguras.

Mais acerca de San Salvador e itinerário para um dia nesta página.

  • La Libertad -> San Salvador (30km; 56min)
Palácio Nacional, San Salvador

Dias 9 e 10: Costa do Pacífico

Os nossos últimos dias foram mais relaxados. O objetivo era explorar El Tunco, praia famosa entre os surfistas, e talvez outras praias nas proximidades.

Acabámos por permanecer pouco tempo em El Tunco. Apesar de ser ótimo para surfistas, para banhistas não é assim tão bom porque: 1) a água encontra-se cheia de... surfistas; 2) mar regularmente picado e 3) uma parte significativa da praia é rochosa. Além disto, paga-se para entrar na vila.

Não perdemos mais que três horas aqui, e depois de uma pesquisa rápida mudámos para a Playa de San Diego, menos movimentada e com areia fina, onde passámos o resto do tempo em El Salvador.

  • Entrada (El Tunco): $1
  • Estacionamento (El Tunco): $3

E é tudo quanto ao nosso itinerário de El Salvador! Perguntas e comentários são sempre bem-vindos na nossa caixa de comentários!

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