Slimani, Suli, ou Suleiman, são outras das denominações possíveis para esta cidade. A sua fundação remonta a 1784 através de um príncipe curdo que lhe deu o nome do pai - Suleiman Pasha. O facto de vários artistas curdos de renome terem cá nascido fez com que adquirisse o cognome de capital cultural desta região semi-autónoma.
Aquando da invasão do Kuwait em 1990, a ONU levava aqui a cabo vários projetos de ajuda e desenvolvimento, na sequência da campanha Anfal do regime de Hussein. Isto, a par do contrabando na fronteira com o Irão, amenizou o efeito das sanções internacionais ao Iraque devido à guerra no Kuwait, nesta região. Aquando da invasão dos EUA em 2003, as sanções foram levantadas, o que levou a uma rápida expansão da cidade em área e residentes.
A cidade leva a sua história a sério, e a prova disso são os museus que nos transportam tanto para a glória distante como para os mais recentes acontecimentos ligados ao infame regime de Saddam. O centro é de construção recente e cheio de vida, sobretudo ao entardecer; e os seus jardins encontram-se repletos de estátuas e bustos dos artistas oriundos da região.
Escolhemos o Hotel Khan Saray, um estabelecimento muito bem localizado e com excelentes instalações, que recomendamos a quem visitar a cidade. Incluído no preço está o pequeno-almoço típico e um lugar de garagem, o que é imensamente útil para quem está com carro alugado. Atualmente não aceitam reservas pelo booking.com mas é possível o contacto direto na página (ver hiperligação em cima). Seguem então as nossas escolhas para uma visita a Suleiman:
1.1. Slemani Museum
É o segundo maior museu no Iraque logo após o Museu Nacional em Baghdad. Aqui encontramos itens do período pré-histórico até aos mais recentes períodos Otomano e Islâmico. Duas galerias foram abertas há poucos anos - 2019 e 2021 - e são dedicadas a Narseh, um rei do império Sassânida. Uma delas inclui blocos isolados com inscrições, que provavelmente pertenciam a um monumento em sua honra. A outra sala mostra quatro relevos de bustos deste rei - em exposição pública pela primeira vez. Estes bustos foram escavados nas ruínas da Torre de Paikuli, perto de Sulaymaniyah.
- Entrada: grátis
- Tempo aproximado de visita: 2 horas
1.2. Amna Suraka
Localizado apenas a uns quarteirões do Slemani Museum, este edifício era uma sede do Ministério do Interior iraquiano, que também funcionava como prisão. Presos políticos, nacionalistas curdos e estudantes foram aqui encarcerados no regime de Hussein. Muitos deles acabaram por ser torturados ou assassinados neste mesmo complexo.
No exterior encontram-se tanques de guerra usados pelo regime Baathista de Saddam contra os Curdos. A Sala dos Espelhos (Hall of Mirrors) é a primeira divisão do museu. As suas paredes estão forradas com 182000 fragmentos de espelhos e 4500 LEDs, que representam o número de Curdos mortos e o número de vilas destruídas pelo regime, respetivamente. Noutras salas, manequins representam os métodos de tortura usados.
Uma sala mais recente é dedicada à presença do Estado Islâmico na região.
- Entrada: grátis
- Duração estimada da visita: 2h30
1.3. Bazaar
A área central da cidade acomoda o mercado, que acorda pelo meio da tarde e continua noite fora. Podemos encontrar várias bancas de comida perto dos passeios - experimentar os pratos típicos no mercado municipal é algo que recomendamos vivamente!
1.4. Grande Mesquita
Não chega aos calcanhares da mesquita Jalal Khalil em Erbil, mas a sua localização no coração do bazaar faz com que seja impossível de falhar.
1.5. Montanha Azmar
Foi algo que acabámos por não visitar (preferimos ir a Halabja/Bawra nesse dia) mas é um dos locais frequentemente mencionados noutros blogs de viagem. Trata-se de uma montanha a norte de Slemani com excelentes panoramas sobre a cidade. É um dos locais favoritos das famílias da região para picnics de fim‑de‑semana.
E assim fechamos as nossas escolhas para uma visita a Sulaymaniyah! Qualquer questão ou comentário poderão ser colocados na secção em baixo.